sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Carta de posicionamento do Cacos e do Coletivo Enecos ES sobre o enade

Longe de ser um exame que avalie de maneira justa o Ensino Superior, o Enade, que será realizado no próximo dia 25, tem vários pontos discutíveis. Dentre eles, a lógica de gratificar as universidades que obtém melhores notas e “punir” as que tiveram resultados aquém do esperado. Essa é uma lógica difícil de ser compreendida. 


A administração de um país não deve ser como uma empresa que ranqueia seus profissionais. Nós todos somos os perdedores de se ter instituições que possuem problemas de qualidade. E nós devemos sempre buscar um modelo de educação cada vez mais completo, humano e eficaz. Sem mocinhos e vilões, educação de qualidade tem que ser um objetivo em comum. Por isso, não há motivo de deixar de estender a mão para quem mais precisa, deveria ser absurdamente o contrário. O próprio modo como o Enade dá nota, entre 1 e 5, poderia ser questionado. Mas é de se assumir que criar um modelo para avaliar o ensino superior de todo o país não é uma tarefa fácil.


Diante de todos estes pontos e mais outros, muitos cursos tem assumido a posição de boicotar o Exame. O Centro Acadêmico de Comunicação Social e o Coletivo Enecos ES decidiram se posicionar com relação a esta forma de protesto. É uma forma válida, claro. Mas, discutindo, algumas perguntas ficaram sem respostas. A quem atingimos com o boicote? A sociedade sabe do que se trata? Tem adiantado usar deste método?

São perguntas para refletirmos. Mas o boicote não parece ter resultados, não tem ecoado a quem de fato interessa, a sociedade. O que fica para um vestibulando que procura a nota do Exame da universidade que quer tentar, felizmente ou infelizmente, é a avaliação. E nem de longe há uma compreensão real dos motivos disso, dos questionamentos acerca da prova. Por isso, pensamos em tentar uma nova estratégia neste ano. Não sabemos se acertada ou errada, mas uma tentativa. De neste ano fazermos a prova e pensarmos juntos em maneiras de mostrar para o maior número de pessoas possível os nossos questionamentos sobre ela. E mais, expor como cursos de notas baixas podem ser modelos de ensino e cursos com ótima avaliação estão muito longe de ser perfeitos. Mostrar que todas as universidades merecem atenção e nenhuma delas, principalmente falando de federais, tem vida fácil. Precisamos estender as mãos uns aos outros e buscar que a sociedade esteja junta neste processo.

Obs.: Essa carta é o posicionamento de duas entidades, mas claro que pode não refletir as opiniões e visões de cada um. Por isso, o mais importante, é refletirmos sobre tudo isso, englobando o modelo de educação que acreditamos ser o melhor e nossas formas de contribuição para essa conquista.




"Vamos que Voamos" - Gestão 2012 Cacos/Ufes

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